ATA DA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 28-02-2007.
Aos vinte e oito dias do
mês de fevereiro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Clênia Maranhão, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Maristela Maffei e Newton Braga Rosa. Constatada
a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Maria
Luiza, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo
Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador
Adeli Sell, os Pedidos de Providência nos 179, 180, 181, 182, 184,
185, 186, 204, 206, 207 e 208/07 (Processos nos 0884, 0885, 0886,
0887, 0889, 0890, 0891, 0930, 0944, 0945 e 0976/07, respectivamente) e os
Pedidos de Informação nos 024 e 025/07 (Processos nos
0932 e 0993/07, respectivamente); pelo Vereador Alceu Brasinha, os Pedidos de
Providência nos 209, 210 e 211/07 (Processos nos 0977,
0978 e 0979/07, respectivamente); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o
Pedido de Providência nº 187/07 (Processo nº 0892/07); pelo Vereador João
Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 191, 192, 196, 197, 198,
199, 200, 201, 202 e 203/07 (Processos nos 0896, 0897, 0922, 0923,
0924, 0925, 0926, 0927, 0928 e 0929/07, respectivamente) e as Indicações nos
004 e 005/07 (Processos nos 0991 e 0992/07, respectivamente); pelo
Vereador José Ismael Heinen, o Projeto de Resolução nº 030/07 (Processo nº
0784/07); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providência nos
193, 194 e 195/07 (Processos nos 0918, 0920 e 0921/07,
respectivamente) e os Pedidos de Informação nos 021 e 022/07
(Processos nos 0913 e 0914/07, respectivamente); pela Vereadora
Maria Luiza, os Pedidos de Providência nos 188 e 205/07 (Processos nos
0893 e 0943/07, respectivamente); pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Projeto de
Lei do Legislativo nº 005/07 (Processo nº 0242/07); pelo Vereador Sebastião
Melo, os Pedidos de Providência nos 189, 190 e 212/07 (Processos nos
0894, 0895 e 0980/07, respectivamente); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido
de Informação nº 023/07 (Processo nº 0919/07). Também, foram apregoadas as
Emendas nos 02 e 03, de autoria do Vereador Nereu D'Avila, Líder da
Bancada do PDT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 078/06 (Processo nº
1997/06). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador José Ismael
Heinen, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia vinte e seis de
fevereiro do corrente. A seguir, foi apregoado documento de autoria do Vereador
Dr. Raul, justificando sua ausência na Segunda Sessão Ordinária, realizada no
dia vinte e dois de fevereiro do corrente, ocasião em que Sua Excelência, na
condição de Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, participou de
audiência com o Senhor Pedro Gus, Secretário Municipal de Saúde. Do EXPEDIENTE,
constaram: Ofícios nos 001/07, do Vereador Ricardo Leal Cougo,
Presidente da Câmara Municipal de Bagé – RS –; 001/07, do Vereador Paulo
Nicolau Kreutz, Presidente da Câmara Municipal de Alecrim – RS –; 001/07, da Vereadora
Maria Helena Hartmann, Presidenta da Câmara Municipal de São Martinho – RS –;
001/07, do Vereador Schamberlaen José Silvestre, Presidente da Câmara Municipal
de Cambará do Sul – RS –; 002/07, do Vereador Ariberto Magedanz, Presidente da
Câmara Municipal de Teutônia – RS –; 005/07, do Vereador Luiz Carlos Susin,
Presidente da Câmara Municipal de São Marcos – RS –; 012/07, do Vereador César
Leandro Ebert, Presidente da Câmara Municipal de Vale do Sol – RS –; 013/07, do
Vereador Mário Luiz Moreira dos Santos, Presidente da Câmara Municipal de São
Lourenço do Sul – RS –; 017/07, do Vereador José Luiz Machado de Castilhos,
Presidente da Câmara Municipal de Antônio Prado – RS –; 031/07, do Vereador
Anildo Theis, Presidente da Câmara Municipal de Alto Alegre – RS –; 032/07, do
Vereador Lorival Bazzan, Presidente da Câmara Municipal de Canela – RS. Após, o
Vereador Sebastião Melo manifestou-se, informando ter representado este
Legislativo, ontem, na formatura de alunos de curso promovido pela Secretaria
Municipal da Produção, Indústria e Comércio – SMIC – e pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte – SENAT –, tendo repassado a Senhora Presidenta
cesta recebida nesse evento. Em continuidade, a Senhora Presidenta registrou a
presença de Dom Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre, convidando-o a
integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua Senhoria, que
apresentou a Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é “Fraternidade e
Amazônia”, enfatizando a necessidade de se preservar o ambiente e as culturas
dessa região do Brasil. Na ocasião, a Senhora Presidenta concedeu a palavra à
Vereadora Maristela Maffei e aos Vereadores João Carlos Nedel, Ervino Besson,
Elói Guimarães, José Ismael Heinen, Professor Garcia, Aldacir Oliboni, Haroldo
de Souza e Elias Vidal, que se manifestaram sobre o assunto tratado pelo
Arcebispo Dom Dadeus Grings. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela
Maffei, discutindo aspectos relativos ao desenvolvimento sustentável, defendeu
o fortalecimento da sociedade civil organizada e a promoção de parcerias entre
o Estado e as instituições privadas e enalteceu as ações da Igreja Católica em
defesa do meio ambiente. Nesse sentido, salientou a importância da atuação
brasileira nessa área e maior participação da Câmara Municipal de Porto Alegre
nas questões ambientais. Às quatorze horas e cinqüenta e cinco minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
cinqüenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 235, 236, 238, 045/06, este discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell, Sebastião Melo, José Ismael Heinen e
Professor Garcia, 234/06 e 004/07, discutidos pelo Vereador Adeli Sell, o
Projeto de Lei do Executivo nº 001/07, os Projetos de Resolução nos
001, 003, 016, 017, 018, 019, 020, 021, 025/07, este discutido pelo Vereador
José Ismael Heinen, 099/06, 002 e 004/07, discutidos pelo Vereador João Antonio
Dib. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell avaliou prejuízos à
comunidade da Zona Norte do Município, em especial aos empresários dessa
região, em decorrência das obras de ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia,
cobrando dos Governos Estadual e Municipal ações efetivas para que sejam
concluídos esses trabalhos. Além disso, debateu linhas de trabalho atualmente
seguidas pelo Senhor Enio Bacci à frente da Secretaria Estadual da Segurança. O
Vereador Dr. Goulart apresentou dados relativos às verbas públicas recebidas
pela Secretaria Municipal de Saúde, salientando a importância de uma gestão
competente e responsável nesse setor, para que seja garantido um atendimento de
qualidade à população porto-alegrense. Da mesma forma, contestou medida
anunciada pelo Governo Federal, de redução dos recursos orçamentários destinados
à área da saúde, em face de projetos integrantes do Programa de Aceleração do
Crescimento – PAC. O Vereador João Antonio Dib defendeu a gestão do Senhor Enio
Bacci na Secretaria Estadual da Segurança, propugnando pela criação de mais
vagas para os quadros das Polícias Civil e Militar. Ainda, manifestou-se acerca
das obras de ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, lembrando
transtornos observados na Avenida Assis Brasil, quando de empreendimento
similar ali realizado na época em que o Partido dos Trabalhadores se encontrava
na direção do Governo Municipal. O Vereador Márcio Bins Ely atentou para os
prejuízos à imagem do Parlamento brasileiro, resultantes dos reajustes de
vencimentos defendidos por Deputados Federais. Também, comentou o papel
desempenhado pelo Partido Democrático Trabalhista na conjuntura política
vigente no País, informando que esse Partido realizará Convenção no dia nove de
março do corrente, para escolha dos novos integrantes do Diretório Nacional, do
Conselho Fiscal e da Comissão de Ética Partidária. O Vereador Claudio Sebenelo
solicitou a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 004/07,
de autoria do Vereador Adeli Sell, que denomina Rua Nossa Senhora de Fátima o
logradouro atualmente denominado Rua Dr. Paulo Smania, defendendo a manutenção
do nome original dessa via pública, em virtude de ter sido o homenageado um
líder comunitário da Zona Norte da Cidade, conhecido por sua atuação em prol do
esporte e da melhoria da qualidade de vida dessa região. O Vereador Sebastião
Melo abordou questões atinentes às obras de ampliação da Avenida Baltazar de
Oliveira Garcia, sugerindo um posicionamento efetivo do Governo Municipal, no
sentido de assumir verbas estaduais que deveriam ter sido destinadas a esse
empreendimento. Ainda, comentou entrevista concedida ontem à imprensa pelo
Secretário José Fortunati, para apresentação de proposta de reformulação do
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre. Após, a
Senhora Presidenta informou que amanhã o Senhor José Fortunati, Secretário
Municipal do Planejamento, comparecerá neste Legislativo para exposição do
calendário de reuniões a serem realizadas na Cidade para debate do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen classificou como acertada a gestão do Secretário
Enio Bacci, sublinhando a necessidade de que sejam viabilizadas às Polícias
Civil e Militar condições adequadas de trabalho. Nesse sentido, declarou que a
diminuição da criminalidade passa pelo combate de suas causas, com a construção
de perspectivas reais de futuro para os jovens, por meio de programas voltados à
melhoria do setor educacional e à geração de emprego e renda. A seguir,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezesseis horas e onze minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta
de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezenove horas e quarenta minutos,
constatada a existência de quórum. Às dezenove
horas e quarenta e um minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora
Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pela Vereadora Maria Celeste e pelo
Vereador Aldacir Oliboni e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha
e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim
e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, por delegação de V. Exª, ontem eu representei a nossa Casa na
formatura de 320 alunos de uma parceria promovida pela SMIC com o Senat -
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte - e, em lá estando, recebi esta
cesta em nome da Casa. Portanto. Quero entregá-la a V. Exª; foi uma oferta do
Secretário Cecchin e também do Senat.
(Procede-se à entrega da cesta.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Muito
obrigada, Vereador.
Em comparecimento, no dia de hoje, solicitado pela
Verª Maristela Maffei, recebemos, com muita alegria, Dom Dadeus Grings, que
veio nos falar sobre a Campanha da Fraternidade, que traz um tema
importantíssimo - a Amazônia: “Vida e Missão neste Chão”.
O Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings,
está com a palavra para falar sobre a Campanha da Fraternidade.
O SR. DADEUS GRINGS: Exma Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, público presente, senhoras e senhores, o tema que
me foi pedido para hoje é a nossa Campanha da Fraternidade deste ano: Amazônia.
Isto perguntava muita gente: o que tem a ver
Amazônia com a nossa fraternidade? Tomar isso como tema de uma campanha? Aí é
que a gente começa a compreender o que significa, de fato, fraternidade.
Fraternidade não é só o relacionamento humano, de
“tu a tu”, com pessoas, gente, pessoas humanas, mas ela envolve toda a natureza
e, quando essa natureza é bem disposta, ela ajuda na fraternidade; e quando a
gente prejudica a natureza; então prejudica a própria fraternidade desse
relacionamento humano.
Então, eu queria desenvolver em três temas este
grande projeto que exponho hoje, da Fraternidade: a Amazônia. O primeiro é a
própria Amazônia como um todo. O segundo tema são os índios da Amazônia; e o
terceiro, eu diria assim: é a população amazonense, que é outra realidade. São
três realidades diferentes das quais nós queremos tratar rapidamente nesses dez
minutos que nos foram concedidos.
O primeiro tema é Amazônia, aquilo que chamamos de
nosso orgulho nacional. Algo único no Universo é essa hiléia amazônica, uma
floresta que se faz um inferno verde, belíssimo, de uma variedade de flora e
fauna incríveis. Grande parte de nossa riqueza mundial está ali, é uma riqueza
extraordinária. Eu me lembro do Papa João Paulo II, quando esteve a primeira
vez no Brasil. Depois, quando ele voltou à Itália, ele encontrou os jardineiros
dos jardins do Vaticano e disse a eles: “Felizes de vocês, porque, se vocês
tivessem que cuidar daquele jardim que eu vi lá no Brasil, daquela floresta, eu
queria ver vocês se perderem lá no meio daquilo”. Realmente é algo empolgante essa Floresta Amazônica. Nós temos
orgulho nacional, porque é o pulmão de toda a humanidade. Ela nos foi confiada.
É nossa essa Amazônia, e por isso chamamos a atenção, porque temos de olhar
para lá com muito carinho. Não é algo alheio ao Rio Grande do Sul, porque
fazemos parte do mesmo País, do mesmo Brasil, e grande parte de nosso
território está na Amazônia. E, muitas vezes, pessoas isoladas clamam contra
problemas da Amazônia.
Mas
agora a Igreja quer conscientizar o Brasil inteiro do que vale a Amazônia para
nós e para a humanidade.
O
geólogo Padre Leclerc, quando foi para a Itália, disse que agradecia a Deus por
ter criado a Itália. “Belíssima! Uma beleza!” Mas também agradecia a Deus por
ter colocado os italianos lá na Itália para cuidar daquela beleza que Ele havia
criado. Fizeram da Itália um jardim, de modo que todos que entram pelo norte da
Itália ficam encantados com as flores e com tudo aquilo que eles conseguiram
caprichar naquela natureza. Fizeram daquilo uma obra de arte.
A Amazônia foi-nos confiada. Nós também queremos
agradecer a Deus por ter-nos dado a Amazônia com tudo aquilo que ela contém.
Estamos longe de descobrir todas as riquezas de fauna e de flora desse enorme
pedaço de nosso Continente. Mas é uma riqueza; nós sabemos.
De outro lado, também temos que nos reconhecer
donos. “Donos”, na terminologia católica, significam administradores, quem tem
que cuidar dessa parte. Não é apenas se apossar e dizer: “Aqui ninguém toca;
isto é nosso!”. Não, nós temos que administrar essa enorme riqueza em prol de
toda a humanidade e de todo o nosso Brasil. E como é que vamos administrar bem
se, de um lado, você diz que é uma riqueza muito grande - então, podemos nos
orgulhar dessa riqueza que nós temos e que faz parte de nosso País -, mas também,
de outro lado, quase diria que se tornou um certo pesadelo. A cada dia
recebemos notícias de desmatamento, de destruição da flora e da fauna desse
enorme pedaço de se dizia: “Ele lá reclama, e fica uma voz isolada.” Mas agora,
todo o Brasil quer gritar junto, para dizer que nós vamos cuidar e administrar
bem, porque de lá depende também o nosso futuro.
Então eu dizia que a fraternidade não se faz só
aqui, no lugar, mas envolve o mundo, e, de um modo especial, o nosso País e
essa riqueza que nós temos no Norte; todo esse Norte, que é nosso, nos foi
confiado para cuidar. Temos que falar como Leclerc e agradecer a Deus por ter
feito o Brasil e ter colocado aqui os brasileiros para cuidar dele. É muito
triste se tivéssemos que dizer que colocou os brasileiros para destruírem o
Brasil. E lembramos que, na África, o Saara e todos os países do Sael, que
estão em risco, em extremo risco, aquilo não era deserto: aquilo era floresta.
E quando começamos a calcular, a floresta repõe, o sol é pouco, e a floresta produz húmus em grande quantidade, e, no momento em que não é
produzido mais esse húmus, vira deserto. É por isso o cuidado que temos de ter.
Mas claro, nós não temos que considerar aquela Floresta como algo simplesmente
sagrado - só para contemplar -, queremos que ela possa ser usada, aproveitada,
mas sem ser destruída.
Lembremos
a Alemanha, que tem aquelas florestas enormes, que eles cuidam muito. Na última
Guerra, tentaram, quase que como para rebaixar o orgulho alemão, destruir
aquelas florestas, derrubando-as. E a primeira atitude do povo alemão foi
replantar essas florestas, e, continuamente, vão replantando.
Nós
temos até um projeto interessante na Campanha da Fraternidade deste ano. Aqui
no Sul, há um gesto concreto neste sentido: nós temos uma Diocese irmã, lá do
Xingu, sede Altamira; lá, os Irmãos Lassalistas - nossos irmãos gaúchos -
fizeram um projeto de replantar florestas. No Norte, replantar, plantar
florestas, parece um contra-senso, mas é que se desmatou muito. Eles querem
provar, mostrar que plantar floresta é negócio; isso pode produzir e ser
colhido como fruto. No Norte, nós temos aquela abundância de frutas que no
mundo inteiro não existem, que podem ser aproveitadas muito mais e, realmente,
se fazer um desenvolvimento sustentável no Norte.
Então,
a primeira idéia que eu queria colocar é a do valor que tem a Amazônia para
todos nós e para o mundo inteiro como pulmão que purifica o nosso ar. E, se nós
reclamamos hoje do calor - e no mundo inteiro está subindo a temperatura -,
grande parte é culpa nossa. Então temos
de zelar para que isso não aconteça.
O
segundo tema sobre o qual eu quero falar é sobre os índios. Claro, pensando na
Amazônia, lá há índios. E muitas vezes achamos que índio é só aquele que está
na floresta, aquele que ainda não conseguiu assumir, assimilar a civilização.
Não, no Brasil - se colocarmos, assim, uma relação -, um terço da nossa
população é indígena, sendo um terço europeu e um terço africano. Os índios
existem e formam uma grande população brasileira. Então nós temos que olhar
para os nossos índios não para isolá-los, mas para levar-lhes também as
benesses da civilização, para que eles possam viver melhor.
Eu
me lembro sempre de um filme que meus alunos levaram, para discutir o problema
da educação e do conhecimento humano, no qual estavam colocando todos os
costumes indígenas. Então, uma senhora estava grávida para dar à luz e não
conseguia. Aí, vem o pajé fazer defumações, dentro e fora daquela residência.
Passaram-se dois dias assim. Então os alunos achavam que deveriam preservar
isso da cultura deles. Mas havia duas senhoras, que eram mães de família, que
pensavam diferente: “Não, isso não é justo. Se nós temos recursos, por que
deixar sofrer uma senhora por tanto tempo com métodos que hoje são totalmente
superados?” Deve-se levar a eles o progresso também, na Medicina e na Saúde, de
desenvolvimento; são pessoas passando fome, muitas vezes, no meio da
abundância. Então esse é o segundo tema, nossos índios.
O
terceiro tema é essa população amazonense. Vamos lembrar, primeiro, que eles
são brasileiros, são nossos concidadãos, só que têm uma cultura diferente,
muito diferente da nossa. E nós temos que respeitá-la e não chegar impondo uma
civilização do Sul. Lembro-me de um padre que esses dias voltou de lá para
Porto Alegre, um religioso que estava lá na Amazônia. Então, a primeira coisa que ele fez, quando chegou a Porto
Alegre, foi comprar um relógio, porque, na Amazônia, isso é supérfluo, não se
usa. Lá se marca se a missa é de manhã ou é à tarde, mas não tem horário.
Um
outro, que depois veio lá me visitar - marcou um horário comigo - porque aqui é
tudo no horário; relógio funciona para nós, é de meia em meia hora -, e
contou-me que ele marcou um audiência com o Bispo lá na Amazônia, e aí se meteu
a viajar para lá; chegou três dias depois da data marcada, mas ainda estava
dentro do prazo, pois, para lá, isso vale. Quer dizer, é outro tipo de
mentalidade, de civilização, e nós temos que respeitar esse modo de ser dos
amazonenses. Temos que ajudar para que sejam felizes. Senão, vai acontecer como
dizia um teólogo francês, Daniel, a respeito da África: “Nós, os
franceses, levamos muito progresso para a África.” Mas eu me pergunto: com isso
os africanos ficaram mais felizes? Parece-me que não.
Então,
se nós olhamos para a Amazônia com esse carinho de brasileiros, nossos irmãos,
podemos ver que há uma outra civilização: são 22 milhões de pessoas que têm um
modo de viver diferente - lá, em si, não se passa fome; porque lá, se sente
fome, vai para o rio, pesca, tira um peixe e come -, mas também existem os
grandes problemas das grandes cidades como, por exemplo, em Manaus, em Belém do
Pará, que são grandes centros urbanos -; e esses são problemas que nós também
temos. Então vamos olhar com carinho e, com esta Campanha da Fraternidade -
Vida e Missão neste Chão -, vamos olhar para a Amazônia, vamos olhar para a
população de lá com muito carinho, no sentido de proteger a sua civilização, o
seu modo de ser, para que eles também possam viver de modo mais pleno e mais
feliz; tanto eles lá como nós aqui também. Precisamos de apoio mútuo: eles, do
nosso; e nós, do deles também. Muito obrigado por essa participação. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada, Dom Dadeus.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI:
Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Mais uma vez, a nossa CNBB escolhe um tema de grande importância
não apenas para Porto Alegre, não apenas para o Brasil, mas para o mundo. Esse
quarto item talvez seja o mais relevante, porque constitui a complexidade dos
três primeiros: a Amazônia universal. E isso é o mais sagrado, bastante
antropológico. Talvez, com a CNBB nos ajudando nesse tema, nós possamos sair do
profano e nos juntar ao mundo sagrado, para que, de fato, possamos enfrentar,
com a verdadeira dimensão, o que nós estamos enfrentando em relação à nossa
Amazônia.
Eu
gostaria, além dos meus dois minutos, de também fazer uso do meu tempo de Liderança.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Eu
queria citar aqui, brevemente, palavras de Dom Mauro, numa das últimas vezes em
que esteve nesta Casa, quando ele dizia que uma Nação somente será forte quando
for capaz de definir o modelo de desenvolvimento, respeitar o meio ambiente e
produzir condições de vida que exaltem a dignidade humana, a cidadania e as
coisas vivas. Ele dizia, ainda, que a Nação precisa se libertar das amarras do
poder, quando há politicagem, quando há centralização de todas as formas de
aglomeração e concentração de riqueza. Dizia mais: que parceria não é uma
concessão, é um reconhecimento; e cabe ao mundo político coordenar a discussão,
a aprovação e a implementação de políticas públicas, jamais sem a participação
do povo; e que a gratidão, o respeito, a generosidade aos limites da natureza
fundamentam a noção de
sustentabilidade - que é uma exigência do desenvolvimento comprometido com o
futuro do planeta e a cidadania do povo.
Eu
quero iniciar a minha fala com essas citações de Dom Mauro Morelli, porque,
muito bem disse Dom Dadeus, a questão da flora, da fauna, do solo e do subsolo,
da biodiversidade, é a grande agenda; e as possibilidades das guerras futuras
são com relação à questão da água, à questão da nossa riqueza, do solo e
subsolo.
Nós
vemos a devastação dos grandes discursos daqueles que constroem a destruição e
depois vêm para cá com a questão da monocultura como a grande salvação do
universo - como é a questão dos pínus, como é a questão dos eucaliptos e de
tantos outros que nós conhecemos muito bem. E nós também sabemos que, se nós
aceitarmos toda a impermeabilização, se nós aceitarmos todas as queimadas,
todos os desmatamentos, não existe governo popular do mundo que possa reverter
as conseqüências, e que são graves.
Nós
também sabemos que não falta visibilidade para as questões do meio ambiente no
Brasil; falta, sim, o compromisso e a densidade necessária, e esse é um papel
que a CNBB está cumprindo neste momento. Incêndios, como em Roraima; acidente
ambiental em Cataguazes; hidráulicas inadequadas; apagões energéticos; tráfico
de madeira; lixo e insalubridade nas cidades; transgênicos - ilegais ou não -
sem um estudo realmente confiável de setores públicos; poluição no litoral e
desmatamento no Interior, uma infinidade de problemas e um tempo curto para
respostas.
Só
é possível o desenvolvimento social, ético e cultural, se olharmos o meio
ambiente, os recursos naturais como oportunidade a ser aproveitada com
sabedoria, com soberania e com muito cuidado. Os recursos naturais do nosso
Brasil são abundantes, mas não infinitos. Se nós não estabelecermos esse
consenso e transferirmos aos nossos filhos, nós teremos, a curto prazo, com
certeza, um mundo ainda mais violento e poluído. É bem verdade que está lá no
Plano Plurianual uma das cinco diretrizes exigidas para o crescimento ambiental
sustentável: tornar qualidade ambiental um critério para o novo ciclo de
desenvolvimento como a inclusão social - como bem disse aqui o nosso Arcebispo
- e o controle social; e há quem ainda tenha medo desse tema, que é uma
responsabilidade de todos. E, para isso, as nossas ações devem ser dirigidas
cada vez mais para o fortalecimento da sociedade civil e suas organizações. Nós
temos vários exemplos como o Greenpeace, como o último encontro nacional sobre
a questão do meio ambiente.
Na
esfera internacional, é evidente a importância do Brasil para as questões
ambientais. Se quisermos uma agenda que unifique a América Latina rumo ao
desenvolvimento sustentável, temos que mostrar aqui o que nós podemos fazer,
aqui no nosso País: estabelecer uma política ambiental pró-ativa, promover
parcerias com o Ministério da Educação, a versão da Conferência, incluindo o
infanto-juvenil, reforçando o Sistema Nacional do Meio Ambiente, gestões
compartilhadas com o Estado e Município, para que todas as gerações hoje sejam
incluídas.
Nós
sabemos o que está em disputa. E nós, Dom Dadeus, hoje, estamos discutindo aqui
a modificação, inclusive eleitoral, da qualificação dos nossos Conselhos
Tutelares. Nós estamos aprovando uma questão fundamental, mas, se nós não
tivermos muito clara a questão da importância da Amazônia, a questão do futuro
do nosso País, do nosso planeta, daqui a pouco a situação não vai ser só grave
como enfrentam os nossos pequenos, mas será grave para o mundo inteiro. As
catástrofes estão aí, porém, aqui mesmo nesta Casa, se o senhor for olhar nas
votações do nosso Plano Plurianual, nós vamos ver que muitos de nós ainda
votamos contra a soberania do nosso Município, do nosso País e contra as
políticas de meio ambiente.
Obrigada
por ter nos ouvido; obrigada por nos mostrar mais um pouco o que foi a
Conferência Nacional dos Bispos, trazendo-nos esse alerta, juntando-se àqueles
que acreditam verdadeiramente num País soberano e num meio ambiente
sustentável. Que Deus esteja conosco e que nos dê muita força para enfrentarmos
essa verdadeira guerra em favor da paz. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu
queria, D. Dadeus, em nome da Bancada do Partido Progressista, dos Vereadores
João Antonio Dib, Newton Braga Rosa, dar-lhe as boas-vindas neste momento em
que V. Exª Revma vem aqui nos trazer e explicar mais uma
Campanha da Fraternidade, instituída pela CNBB, sobre o tema Amazônia e
Fraternidade.
Efetivamente
nós temos que refletir sobre esse tema, pois a Amazônia representa hoje, em
termos de floresta, 66% das florestas brasileiras, e na Europa, que tem dois
mil anos de civilização, resta apenas 1,56% das florestas. Veja esse imenso
patrimônio que nós temos que preservar. A Amazônia, hoje, é a maior floresta
tropical do mundo, a maior bacia hidrográfica do mundo, possui 1/5 da água doce
do planeta, sendo concomitantemente a maior reserva mundial de biodiversidade.
Possui uma das maiores concentrações de minerais valiosos, um potencial
diamantífero 15 vezes superior ao da maior mina da África; possui também
reservas gigantescas de ferro e de outros minerais na região de Carajás, no
Pará; reservas de bauxita no rio Trombeta e reservas de cassiterita, urânio e
nióbio, em Roraima. Isto tudo a Campanha da Fraternidade vem nos trazer à
reflexão, o nosso território, as nossas riquezas, os habitantes, os nossos
aproximadamente 200 mil índios, sobre os quais também temos que refletir. E a
Campanha da Fraternidade também quer trazer esta discussão para o fator local,
para Porto Alegre: como é que nós estamos cuidando do nosso meio ambiente, das
nossas árvores, da nossa água.
É
importante que a Campanha da Fraternidade venha trazer esse assunto à baila.
Muito Obrigado pela sua presença, e a Bancada do Partido Progressista o recebe
de braços abertos.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra.
O
SR. ERVINO BESSON: Minha
cara Presidenta; Senhores Vereadores e Vereadoras; estimado e querido amigo Dom
Dadeus Grings, Arcebispo Metropolitano da nossa querida Porto Alegre, em nome
da Bancada do PDT, composta por este Vereador e pelos Vereadores Mário Fraga,
Márcio Bins Ely, Nereu D’Avila e Verª Neuza Canabarro, queremos saudá-lo.
Vossa
Reverendíssima, na sua trajetória, colaborou tanto com as suas cartilhas para
os diversos segmentos, com sua sabedoria como
V. Revma
ajudou muito este Parlamento e outros órgãos públicos. Hoje, V. Revma traz aqui um importante tema, um
importante assunto, conforme o Vosso pronunciamento na tribuna, a respeito da
Floresta Amazônica, esse pulmão da nossa vida, pulmão da humanidade. É um
alerta. Mais um alerta dos tantos que V. Revma tem feito com sua sabedoria, com esse
dom que Deus lhe deu. Quem sabe lá, Dom Dadeus, com mais esse alerta que hoje
V. Revma traz para esta Câmara, que a população
se alerte e se dê conta do que representa a preservação da Floresta Amazônica -
pulmão da nossa sobrevivência, da sobrevivência da raça humana. Que Deus o
acompanhe na sua caminhada, que lhe dê sempre paz, muita saúde, e que V. Revma sempre possa, cada vez mais, levar esse
grande dom que Deus lhe deu, esse grande conhecimento, alertando mais esse
segmento da nossa população, do nosso Rio Grande. Muito Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Presidenta
Maria Celeste; Dom Dadeus Grings, nosso Arcebispo Metropolitano, é sempre uma
satisfação, uma honra para a Casa recebê-lo aqui, trazendo as suas
preocupações, suas orações. Quero dizer da importância da CNBB em trazer como
tema a fraternidade com esse indicativo, a Amazônia.
Os fóruns internacionais têm proclamado que a
Amazônia é o “pulmão do mundo”, com o que todos, principalmente nós, os
brasileiros, concordamos, porque, na verdade, D. Dadeus, o mundo, por assim
dizer, arrasou as suas reservas, o seu meio ambiente, e o Brasil, mal ou bem,
resistiu a esse processo. Não faz muito, na cidade de Belém, que faz parte da
área amazônica, nós tivemos a oportunidade de sustentar que o mundo teria que
pagar um tributo ao Brasil por ele ter conservado, com todas as dificuldades,
esse pulmão que serve ao mundo, porque as demais nações, com raríssimas
exceções, extinguiram os seus ambientes, transformando-os em economia. Nós
aqui, mal ou bem - e essas campanhas são fundamentais -, mantivemos essa grande
riqueza, essa biodiversidade, esse pulmão do mundo, que é a Amazônia. Portanto
esta campanha da CNBB, trazida por V. Exª Revmo à Casa, é extremamente importante. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª
Presidenta; caríssimo Revmo Dom Dadeus Grings, nosso Arcebispo Metropolitano, foi com uma alegria
muito grande, até emocionado fiquei, quando vi, pelo jornal, o tema que a CNBB
escolheu: Fraternidade e Amazônia - Vida e Missão neste Chão. Como todos os
temas da Campanha da Fraternidade, D. Dadeus, que eram atuais, este talvez seja
o mais atual de todos, haja vista - eu li há poucos dias - os 4 bilhões e 200
milhões de árvores cortadas em quatro anos na nossa Amazônia. Em vez de
plantarmos árvores para eliminarmos o aquecimento da Terra, que estamos
sentindo hoje, nós as estamos cortando; cortando-as escondido, inclusive, sem
renda, sem nada. E essa mensagem maravilhosa, o desenvolvimento sustentável da
Amazônia, a vida daquele chão, com aquela população indígena, com a
miscigenação de raças, isso é um sonho, mas talvez esse ciclo dos quatro
bilhões de árvores tenha-se encerrado agora.
Nós,
brasileiros, também temos de nos conscientizar, inserirmo-nos nessa campanha de oxigenação e diminuição dos
índices de emissão de CO2, do efeito estufa e desse calor, que podem
causar muitas catástrofes se não tomarmos alguma providência.
Então, pela felicidade na escolha do tema, eu quero
lhe dar os parabéns e dizer que o Partido da Frente Liberal está à disposição
no que for preciso para se juntar a essa Campanha e caminharmos juntos. Muito
obrigado. Felicidades e parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Professor Garcia está com a palavra.
O SR. PROFESSOR GARCIA: V. Exª Revma Dom Dadeus, falo em nome
do nosso Partido, o Partido Popular Socialista, em meu nome e em nome da Verª
Clênia Maranhão.
Queremos, primeiramente, saudar a CNBB por, em todos
anos, sempre conseguir pautar na sociedade brasileira um tema atual. Já há
várias décadas a CNBB traz isso, porque, principalmente nesse período de
Quaresma, um período de reflexão, de preparação à Páscoa, a população pode se
voltar para a questão da solidariedade. Especificamente em relação ao tema
deste ano, da questão da Amazônia, V. Exª Revma falou na Amazônia como um pulmão, e o Ver. Sebenelo ainda dizia:
“Garcia, não é só o pulmão; é o ar-condicionado do mundo”, mostrando a importância
que a Amazônia tem. Ao mesmo tempo, nós temos que refletir que hoje o país que
mais polui são os Estados Unidos, e já sabemos que o próximo país mais poluidor
do mundo será a China.
Que custo traz esse desenvolvimento? É um
desenvolvimento a qualquer preço? Então, enquanto podemos fazer uma reflexão
sobre o desenvolvimento - que é o que buscamos e queremos, porque o
desenvolvimento pode gerar emprego e renda -, nós queremos um desenvolvimento
sustentável, que não seja tão poluente, porque o Brasil hoje tem o maior
manancial, e nós poderíamos, sem sombra de dúvida, dizer que a Amazônia é o
maior tesouro, que vale mais do que qualquer riqueza, porque trata da vida.
Então, parabéns a V. Exª Revma, que vem trazer esse tema para nossa reflexão. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, nós também queremos dar as boas-vindas e
dizer que é de extrema importância a discussão sobre o tema da Campanha da
Fraternidade, porque ela demonstra para nós o interesse sobre a Amazônia, o
“pulmão humano” como vários Vereadores aqui já disseram, mas nós queremos
também explicar o que vem detalhado no cartaz da Campanha da Fraternidade,
porque muitos podem olhar o cartaz e não saber o que significa, e eu quero,
para não ser repetitivo, fazer aqui uma explicação do cartaz - é uma pena não
ser colorido, mas dá para entender perfeitamente como se faz. (Mostra o
cartaz.) (Lê.): “Na parte superior do cartaz, a terra seca e rachada representa
a realidade de algumas partes da Amazônia durante a estiagem e adverte que, sem
o devido cuidado, toda a região pode ser destruída. A abundante presença de
água lembra que a Amazônia é uma importante reserva de água doce do Planeta,
além de transmitir uma sensação de transparência, força e vitalidade. O
elemento principal do cartaz é a vitória-régia, conhecida pelos índios como
‘panela de espíritos’. Considerada um dos símbolos da Amazônia, essa planta é
forte e tem raízes profundas, que tocam o leito do rio; ao mesmo tempo, é
sensível, assim como o povo nativo da região, que sobrevive com muita garra,
mas precisa do apoio fraterno de toda a sociedade brasileira. As três flores
brancas e amarelas têm extrema relevância no cartaz, uma vez que representam a
Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Essas flores lembram também
que a Amazônia é obra de Deus Criador e Providente entregue aos nossos
cuidados. A criança representa os índios e toda a comunidade da região, suas
crenças, sonhos e esperanças. Seu olhar inocente e o sorriso sutil são um
convite à superação das dificuldades e à construção de um futuro melhor para a Amazônia.
Ao mostrar o constante contraste entre a terra seca
e a exuberância da água, o cartaz chama a atenção para a devastação da Amazônia
e para o descaso com a vida e representa a esperança de encontrar uma solução
para os conflitos da região com base na solidariedade e no respeito às
diferenças”.
Creio que é de extrema importância também, nesse
sentido, além de acompanhar o tema, nestes 40 dias de Quaresma, refletirmos
sobre a mensagem do cartaz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): O Ver.
Haroldo de Souza está com a palavra.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste, falo em nome dos Vereadores Bernardino
Vendruscolo, Dr. Raul e Sebastião Melo. Quero dizer ao Dom Dadeus que é sempre
bom tê-lo aqui, Arcebispo Metropolitano, representando, para nós, a bondade, a
paz, a fraternidade com esse seu jeito meigo e centrado na palavra de Deus, nos
trazendo, através da CNBB, o tema da fraternidade focando a Amazônia, que é tão
agredida por queimadas, novas plantações, retiradas de madeira, o chamado
“pulmão do mundo”.
E
eu tenho medo do futuro: por volta de 2080, a Amazônia será visada pelos
Estados Unidos, ou por qualquer outra potência, quando tivermos a falta da água
doce para os seres humanos. Teremos a guerra das águas, como tivemos essa
guerra no Iraque por causa do petróleo? Então essas campanhas, que partem
sempre da CNBB, em nome de Deus, em nome da família, da sociedade, têm o nosso
respaldo, mas o nosso pedido encarecido para que os homens que realmente
comandam o País, que decidem, que cerquem de carinho e de todo o cuidado
possível a Amazônia. Não adiantam as nossas campanhas, se no futuro, no mundo
financeiro, no mundo econômico, a Amazônia será visada pelas grandes potências.
Tê-lo aqui sempre é muito gostoso, porque nos traz a bondade, a paz e a fraternidade.
Seja bem-vindo.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada,
Ver. Haroldo de Souza.
O
Ver. Elias Vidal está com a palavra.
O
SR. ELIAS VIDAL: Verª
Maria Celeste, Presidenta desta Casa, é uma honra poder, nesta tarde, receber a
presença dessa pessoa tão importante da nossa sociedade, Dom Dadeus Grings,
pois a sua presença é sempre sinônimo de amor, de carinho, de fraternidade, de
esperança. Não quero acrescentar todos os adjetivos, todas as palavras
positivas que já foram faladas, para não ser repetitivo e cansativo. Mas só
quero deixar aqui o registro, em nome do PR, o Partido da República, como Líder
da Bancada, que, em torno de 3.000 anos atrás, a própria Sagrada Escritura,
através do Profeta Isaías, já havia escrito: “A terra murcha e cambaleia,
porque os seus moradores saqueiam a terra”. Isso foi em torno de 3.000 anos
atrás, escrito por um Profeta tão importante, um dos profetas maiores, o
Profeta Isaías: “A terra murcha e cambaleia, porque os seus moradores saqueiam
a terra”; frase de expressões fortes para algo de 3.000 anos atrás. Se
tão-somente, lá atrás, dessem essa devida importância, nós não estaríamos
colhendo esses frutos maléficos de uma natureza saqueada. Eu fico feliz que a
CNBB lance essa campanha tão oportuna. E V. Exª Revma traz essa mensagem, reforçando aquilo
que está sendo salientado nos veículos de comunicação, no Brasil e no mundo:
essa campanha tão importante, que é vida.
Penso
que, das Campanhas da Fraternidade, essa é uma das mais importantes, porque, sem o ar, sem oxigênio, sem árvores, sem o
sol, sem aquilo que é a água, não há vida; não existe nada sem isso. Então,
penso que essa é uma das maiores campanhas. Que Deus o abençoe, que o ilumine
cada vez mais, e lhe dê força, para que, juntamente com as lideranças da
Igreja, possa reforçar essa Campanha, e contem com o apoio desta Casa, desta
Presidência, que tão bondosamente recebe V. Exª Revma e todos nós nesta tarde. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Nós
vamos suspender a Sessão para despedidas, não antes de dizer a Dom Dadeus que é
um prazer recebê-lo nesta Casa. A Câmara Municipal de Porto Alegre está sempre
com as portas abertas, sobretudo para um tema tão importante que a CNBB vem
destacando nesta Campanha deste ano, que é a questão da Amazônia, tão
importante como já foi descrito no relato e nas posições das Bancadas desta
Casa. Muito obrigada, Dom Dadeus, pela sua presença.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h55min.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni – às 14h58min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 1108/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que cria o Programa
de Recuperação de Cadastro (PRC) e estabelece normas para a regularização, junto aos órgãos públicos municipais, dos
débitos de clubes sociais e associações
que possuam até mil sócios.
PROC. Nº 5649/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 234/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion, Manuela d'Ávila e
Margarete Moraes, que denomina Rua João Baptista Aveline o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Rua 623
– Loteamento Pampa -, localizado no bairro Farrapos.
PROC. Nº 5650/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 235/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion, Manuela d'Ávila e
Carlos Todeschini, que denomina Rua Vereador Eloy Martins o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Rua 624 – Loteamento Pampa-, localizado no
bairro Farrapos.
PROC. Nº 5675/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 236/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion, Manuela d'Ávila e
Dr. Goulart, que denomina Rua Hugo de Araújo o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Rua 629 – Loteamento Pampa-, localizado no
bairro Farrapos.
PROC. Nº 5740/06 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 099/06,
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede a Comenda Pedro Weingärtner
ao Coronel de Cavalaria Reformado Pedro Paulo Cantalice Estigarribia.
PROC. Nº 5768/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 238/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion, Manuela d'Ávila e
Maria Celeste, que denomina Rua Joanita Castro de Freitas, Rua Alicio dos
Santos Marcelino, Rua João Batista Barboza, Rua Selma Teresinha da Rocha Scheimer
e Praça Franciele Reis de Oliveira os logradouros públicos não-cadastrados,
localizados no bairro Farrapos – Loteamento Pampa -, conhecidos,
respectivamente, como Ruas 625, 626, 627 e 630 e Praça 632.
PROC. Nº 0001/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 001/07,
de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o troféu Honra ao Mérito à
Agência Competence.
PROC. Nº 0002/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/07,
de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o prêmio de Artes Plásticas Iberê
Camargo à Artista Plástica Imeritta Maria Pandolfi Passos.
PROC. Nº 0003/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/07,
de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o Prêmio Mário Rigatto ao Dr.
Paulo Sergio Viero Naud.
PROC. Nº 0004/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/07,
de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede ao Greenpeace o Prêmio
Ecologista do Ano José Lutzenberger.
PROC. Nº 0018/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/07,
de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que concede o título honorífico de Líder
Comunitária à Senhora Ana Izabel Alves Godoy.
PROC. Nº 0019/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 017/07,
de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que concede o prêmio literário “Érico
Veríssimo” ao Senhor Pedrinho Arcides Guareschi.
PROC. Nº 0020/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 018/07,
de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que concede o Prêmio Francisco José
Zaffari de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente ao Centro
de Educação Profissional São João Calábria.
PROC. Nº 0056/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 019/07,
de autoria do Ver. Ervino Besson, que concede o Prêmio de Jornalismo Carmen da
Silva à Jornalista Maria Elaine Machado Torres.
PROC. Nº 0059/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/07,
de autoria da Verª Maristela Maffei, que concede o título honorífico de Líder
Comunitário ao Senhor Ivo Fortes dos Santos.
PROC. Nº 0060/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 021/07,
de autoria da Verª Maristela Maffei, que concede o Prêmio “Construtor da Paz” à
Companhia Zaffari Comércio e Indústria.
PROC. Nº 0094/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 004/07, de autoria do Ver. Adeli Sell, que denomina Rua Nossa
Senhora de Fátima o logradouro público cadastrado, anteriormente denominado Rua
Dr. Paulo Smania, e revoga a Lei nº 6.083, de 8 de janeiro de 1988.
PROC. Nº 0253/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 025/07,
de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o Prêmio Não às Drogas à
Pacto/POA – Programa de Auxílio Comunitário ao Toxicômano.
PROC. Nº 0586/07 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 001/07,
que declara de utilidade pública a entidade SOMOS – Comunicação, Saúde e
Sexualidade.
O SR.
PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni, em primeiro lugar, meus cumprimentos a V.
Exª pela leitura das três páginas, com os 19 Processos. Bastava apenas dar o
número do Processo e o número do Projeto correspondente, mas V. Exª, cioso, leu
todo o material.
O
primeiro Projeto em Pauta, e são 19 Projetos - sempre digo que é preciso não
confundir leis com histórias em quadrinhos, feitas em quantidade para agradar
-, é do Ver. Ismael Heinen, que cria o Programa de Recuperação de Cadastro dos
clubes da Cidade, para aqueles clubes que têm menos de mil sócios.
Eu
tenho todas as dificuldades para entender o Projeto do Vereador, porque clubes
não pagam IPTU, e não há nada que impeça o clube de se dirigir - se é que deve
- à Prefeitura e pedir um parcelamento de 24 ou 36 vezes, mesmo estando na
Justiça. Agora, a isenção de dívidas conflita com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Então acho que fica meio complicado.
Cinco
dos Projetos que o eminente Presidente leu tratam de denominação de logradouros
e não virão ao Plenário, serão decididos nas Comissões, de acordo com um
Projeto de Lei que dispõe sobre alteração na Lei Orgânica, de autoria deste
Vereador, e que foi aprovado por unanimidade pela Casa.
O
Ver. Nedel concede Comenda ao Coronel de Cavalaria reformado Pedro Paulo
Cantalice; portanto deve ter mérito.
O
Ver. Nereu concede o troféu Honra ao Mérito à Agência de Publicidade
Competence.
O
Ver. Nereu concede o prêmio Artes Plásticas Iberê Camargo à artista plástica
Imeritta Maria Pandolfi Passos. Claro que ela merece!
O
Ver. Nereu concede o prêmio Mário Rigatto ao Dr. Paulo Sergio Viero Naud.
O
Ver. Carlos Comassetto concede ao Greenpeace - que não tem uma agência no
Brasil, e sim na Europa - o prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger. Eles
realizam uma luta bastante grande pelo meio ambiente, especialmente agora,
quando o CO2 toma
conta da nossa atmosfera - é bom que isso seja lembrado.
O
Ver. Todeschini concede o título honorífico de Líder Comunitária à Srª Ana
Izabel Alves Godoy.
O
Ver. Todeschini também concede o prêmio literário Érico Veríssimo ao Sr.
Pedrinho Arcides Guareschi.
O
Ver. Todeschini também concede o Prêmio Francisco José Zaffari de Promoção e
Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente ao Centro de Educação
Profissional São João Calábria. E, como eu disse, há também um Projeto do
Executivo que também o declara de utilidade pública...
O
Ver. José Ismael Heinen concede o prêmio Não às Drogas ao Pacto/POA – Programa
de Auxílio Comunitário ao Toxicômano.
A
Verª Maristela Maffei concede o Prêmio Construtor da Paz à Companhia Zaffari
Comércio e Indústria. E a Verª Maristela Maffei também concede o título honorífico
de Líder Comunitário ao Sr. Ivo Fortes dos Santos - e esse realmente foi um
líder comunitário.
E
o Ver. Ervino Besson concede o Prêmio de Jornalismo Carmen da Silva à
jornalista Maria Elaine Machado Torres, que é minha amiga. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Oliboni, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores e Vereadoras;
cidadãos e cidadãs, sabemos todos os Projetos, Ver. Elói; já temos duas
leituras dos Projetos de hoje.
Ver.
Elói, vou falar da Zona Norte. Eu peço para revogar a Lei que criou a Rua Paulo
Smania, que não foi discutida com a comunidade; houve um atropelo. Essa rua
fica ali ao lado do Colégio São Francisco, e, naquelas nossas reuniões de
quintas-feiras, uma por mês, houve um pedido para que a gente mudasse esse
nome. O pessoal fez um abaixo-assinado. Tenho um vastíssimo abaixo-assinado
para colocar o nome da rua, que já se chamava - nome pelo qual todo mundo
conhece essa rua - Rua Nossa Senhora de Fátima, até porque ela tem um espaço
para Nossa Senhora de Fátima. Então, esse é o nome que tem que ficar; não
devemos inventar um outro nome que ninguém sabe. As pessoas lá dizem que não
conhecem essa figura, quem foi; talvez tenha sido uma pessoa superimportante,
mas, paciência, nome de rua também é importante.
Eu
queria dizer que é importante a proposta de dar o nome do jornalista João
Aveline para um espaço público. Foi uma figura ímpar da história do jornalismo,
da política, homem de opinião, de esquerda, importante, que contribuiu para a
democracia e para a liberdade de imprensa. É uma grande proposta ter esse nome
numa rua da nossa Cidade.
Eu
quero dizer ao Ver. José Ismael Heinen que o Ver. João Antonio Dib tem razão,
pois o Projeto de V. Exª contradita com a Lei de Responsabilidade Fiscal, e
mais: nós aprovamos aqui o Tribunal Tributário do Município, e qualquer
discussão, qualquer pendência que houver, é o Tribunal Tributário que tem que
discutir. E se a Prefeitura não coloca na dívida ativa em cinco anos, perde. O
Ver. Elói Guimarães, por exemplo, que é Procurador do Município, sabe que a
Procuradoria tem que cuidar disso, a Fazenda tem que cuidar disso, os registros
das Secretarias têm que estar de acordo. Então, isso já é parte integrante da
Administração Pública de uma cidade. Não tem cabimento! Sou muito sincero, Ver.
José Ismael Heinen, já apoiei projetos seus de outra feita. No entanto, me
coloco em oposição a este Projeto, porque ele não é constitucional, ele já tem
essa estrutura e contradita com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Acho
importante que a gente possa discutir de uma forma franca, aberta, os Projetos
de Lei aqui, e estou vendo que a Mesa Diretora, este ano - tivemos reunião com
as Lideranças -, está decidida a votar, a limpar a Ordem do Dia, a
arrumar as nossas pautas, para que tudo o que venha para cá, seja a partir de
um Vereador, seja a partir das comunidades, seja efetivamente discutido e
decidido.
Essa
é a minha opinião. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, eu
destaco para discutir nesta preliminar de Pauta um projeto do querido
Ver. Ismael Heinen. Eu já disse a ele e vou repetir
aqui da tribuna: ele busca, através desse Projeto de Lei, Sr. Presidente e demais Vereadores, isentar os clubes sociais do IPTU,
do ISS, da taxa do lixo, enfim, dos tributos municipais. Eu disse a ele que
tenho a firme convicção de que isso está contemplado no art. 113 da Lei
Orgânica, § 4º, onde eu mesmo já
peticionei algumas vezes.
Então, meu caro Ver.
Ismael, assino maiusculamente no mérito, nas exposições de motivos, em toda a
sua elaboração da lei, mas tenho que dizer - na verdade, a Comissão de
Constituição e Justiça deve detectar essa questão - que, ao ler o Projeto,
imediatamente percebi, fui manusear a Lei Orgânica, e lá vi que já está contemplado.
Eu, por exemplo,
propus, aqui, o Refis Municipal; o Prefeito entendeu que era uma boa idéia,
comprou a idéia, propôs um projeto, porque também diz a Lei Orgânica que a
questão de remição de impostos e qualquer imunidade tributária é competência
exclusiva, no entendimento da maioria de juristas e tributaristas, do
Executivo.
O Sr. Elói Guimarães:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Por estar acompanhando o debate, quero dizer que a iniciativa é boa, já há essa
isenção institucionalizada do imposto,
não do tributo, para os clubes e, no tocante à iniciativa, é inconstitucional,
embora seja uma iniciativa muito boa.
O SR. SEBASTIÃO MELO:
Obrigado pelo aparte, Ver. Elói Guimarães, V. Exª
que é Procurador do Município, conhecedor dessa matéria e de tantas outras, mas
acho que o Ver. Ismael levanta importante tema da Cidade, porque os clubes têm
muito a ver com o dia-a-dia das comunidades. Tu chegas aqui na nossa Protásio
Alves, no Clube Independência, e vais encontrar lá a turma da bocha, a turma do
churrasco, a turma do baile, a turma do dia-a-dia; tu vais ao Rio-grandense
Tênis Clube, na Zona Sul, tem aquela turma que freqüenta diariamente, que é a
extensão da sua casa. Então, a preocupação dele é justa, e eu estou sugerindo
ao Ver. Ismael que, evidentemente, essas demandas que ele tem já estão
contempladas, é só requerer à Secretária da Fazenda e informar que tem
Estatuto, provando que não tem finalidade lucrativa, porque os clubes sociais
não têm essa finalidade; que junte ao Estatuto e peça, através do órgão
competente, a sua isenção.
Então, não é necessário, porque a Constituição do
Município é a sua Lei Orgânica, e a Lei Complementar tem muito menos força -
não é verdade, Ver. Elói Guimarães? A Lei Orgânica é a Lei Maior; a Lei Complementar
tem força menor. Então, não tem por que fazer uma Lei menor para poder cumprir
um desejo maior.
Portanto quero dizer que me somo ao mérito do
Projeto e de toda a sua Exposição de Motivos, mas quero dizer que entendo, meu
querido Ver. Ismael, que já está contemplado na nossa Constituição Municipal o
tema que V. Exª coloca em debate.
Receba os meus cumprimentos, pois sei que V. Exª é
um dos Vereadores que têm uma atenção muito especial nessa área. Já vi aqui
várias iniciativas suas, não é essa apenas, vejo que tem outro Projeto de V.
Exª também para votação de uma matéria complicada, e acho que é um Projeto que
também tem problema, porque há a Lei do Silêncio, e eu não posso passar por
cima de uma Lei que já existe no Município. Mas nós vamos enfrentar essa
discussão na votação, que já está na Ordem do Dia, está no Bloco de votação.
Mas veja, eu estou dizendo de um outro Projeto em que V. Exª está tratando dos
clubes. Então, é meritória a sua movimentação e o seu desejo com esses clubes
que cumprem papel relevante na nossa querida e amada Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. José
Ismael está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Ver. Aldacir
Oliboni, na presidência dos trabalhos; nobres Vereadores e Vereadoras, este
Projeto de Lei que nós encaminhamos é, talvez, até mais para chamarmos a
situação do que está ocorrendo em Porto Alegre e, de repente, a Prefeitura
abraça esse Projeto. Ele é discutível, porque não há, digamos assim, renúncia
de Receita. Nós estamos propondo nesse Projeto que clubes que já estão
endividados, clubes com até mil associados - há diversos em Porto Alegre -,
sendo cobrados da dívida ativa, justamente porque eles não têm condições de pagar
essa dívida atrasada,
acumulada, da Taxa do Lixo, e por pior que pareça, acumulada também da cobrança
do IPTU para o clube, que, se houvesse requerimento em tempo hábil, não teria
essa dívida.
Sobre
as taxas de que o Ver. Sebastião Melo falou, eu tenho dúvidas sobre a Taxa do
Lixo, que é a maior dívida que os clubes hoje têm. E a nossa idéia era cobrar
apenas os dois últimos anos, dando um prazo de dois anos e, aí sim, darmos a
quitação, para trazermos esses clubes para a cidadania legal e contribuir com
os impostos da Prefeitura.
Há
clubes e associações, hoje, cujos patrimônios não pagam a sua dívida. Quer
dizer, então, o Ministério tem de decretar a falência desses clubes sociais,
que fazem um trabalho hercúleo dentro das suas comunidades, pois, perante o
Código Civil, presidentes de clubes são altamente responsáveis pelo que
acontece lá dentro.
E
o clube, situado nos bairros, nas vilas, no Centro de Porto Alegre, representa
os anseios daquela comunidade. Então, isso aqui é para trazê-los à vida novamente,
trazê-los para que sejam contribuintes, pois esses clubes estão com vinte e
tantos anos atrasados, eles não têm como saldar essa dívida!
Temos
outro Projeto referente ao Prêmio Não às Drogas, da Pacto, uma entidade com um
trabalho maravilhoso, porque, hoje, esse é o maior desafio que nós temos,
devido aos drogados, os nossos futuros pseudofilhos de todos nós, a grande
massa de drogados, para os quais nós sabemos que a recuperação é um trabalho
insano, um trabalho difícil que, às vezes, não se torna vitorioso, mas pior se
deixarmos isso se estender em nosso País. São entidades que buscam esse
trabalho, até estão fazendo laboratórios para recuperar esses toxicômanos. E a
Pacto é uma dessas entidades que tem, através de um trabalho espiritual, mas
muito mais um trabalho de aplicação de exercício físico e mental, recuperando
esses dependentes de drogas e estão tendo um sucesso de 30% na recuperação de
drogados.
Então,
eu acho que é um prêmio altamente justo a essa entidade que, com recursos
próprios, busca, o dia que pode, fazer esse trabalho para a nossa sociedade, às
vezes do Poder Público, com colaborações de todas as ordens, mantendo a tarefa,
que é hercúlea. O Ver. Elias Vidal, que também faz esse trabalho, sabe o quanto
é custoso, o quanto há a necessidade de dedicação a esses cidadãos que, no seu
passado, tiveram a sua vida comprometida e ingressaram no tóxico.
Nosso
tempo é precioso, eu termino aqui, porque falei o que precisava, Sr.
Presidente. Agradeço a atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, também vou falar em Pauta prioritariamente no
Projeto de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que cria o Programa de
Recuperação de Cadastros e estabelece normas para a regularização, junto aos
órgãos públicos municipais, dos débitos de clubes sociais e associações que
possuem até mil sócios.
Quero,
primeiramente, dizer que, no mérito, Ver. Ismael, concordamos plenamente, mas
também sabemos que não seria competência do Município, já que existe uma
legislação superior, ou seja, uma Lei federal que prevê algumas situações.
Ouvi
atentamente a sua fala, quando disse que há alguns casos que já estão na dívida
ativa. Se esses casos já estão na dívida ativa, já estão num processo judicial,
também é sabido que a nossa legislação diz que qualquer cidadão tem a noção da
legislação, ou seja, os clubes são isentos. Agora, para serem isentos, eles têm
que solicitar a isenção. Se o clube não solicitou a isenção - vou usar aqui até
um termo forte: ninguém tem bolinha de cristal para determinar.
Agora,
o que acontece hoje na nossa legislação, inclusive através da própria Lei de
Responsabilidade Fiscal? Passando cinco anos, vai para a dívida ativa, ele foge
de uma esfera.
Portanto
o que eu vejo é que essa lei seria uma lei inócua nesse aspecto, em função de
já haver uma legislação federal.
Quero
ressaltar que a preocupação do mérito, acho que é muito importante; inclusive,
entendo que V. Exª deveria fazer um trabalho forte, principalmente junto ao
SECRASO, que é a entidade que cuida da parte patronal dos clubes esportivos,
para que eles pudessem orientar principalmente a constituição dos clubes já
existentes ou de novos que possam vir a existir.
E
sobre uma outra questão, eu pergunto: por que até mil sócios? A legislação
brasileira prevê que a questão do associativismo pode ser feita de várias
formas. Se nós contemplarmos que é partir de mil, com 999 não está. Então, eu
vejo que, nesse aspecto, a proposta - volto a dizer -, no mérito, tem validade,
mas, no seu efeito prático, ela se torna uma lei inócua. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, está
encerrado o período de Pauta. A Mesa aguarda inscrições para manifestações em
Comunicação de Líder; caso contrário, vamos entrar na Ordem do Dia. (Pausa.)
Não há nenhum inscrito, portanto ...
(O
Ver. Adeli Sell solicita a sua inscrição para fazer uma Comunicação de Líder.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
(Manifestação
fora do microfone do Ver. Haroldo de Souza.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Eu queria pedir que os Vereadores se
inscrevessem no tempo hábil, quando a Mesa abre a inscrição. Como não havia
dito ainda as palavras “Ordem do Dia”, estou abrindo um precedente, para que as
Bancadas possam falar. A Mesa sempre procura repetir isso; casualmente agora,
exatamente quando o Vereador aqui, dirigindo os trabalhos, abre ... Portanto,
da próxima vez, não vamos aceitar.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ADELI SELL: Caro
Ver. Oliboni, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores e Vereadoras, eu
acho que é o seguinte: em alguns momentos, não há interesse em fazer alguns
debates, mas exatamente por termos assuntos de primeira grandeza,
improrrogáveis, Ver. João Dib, nós temos que tratá-los em Liderança, como diz o
Regimento Interno.
Como
nós vamos calar diante da situação da Av. Baltazar de Oliveira Garcia? O senhor
mesmo disse para o Secretário, que visitamos dias atrás, que muitas empresas
estavam falindo, que aquelas pessoas da Zona Norte, os trabalhadores, passam
mais de uma hora, uma hora e meia, às vezes, trancados; eles, que vêm do fundão
de Alvorada, dos fundões da Zona Norte, não conseguem chegar a seus pontos de
trabalho, porque as obras da Baltazar de Oliveira Garcia continuam paradas: em cinco
pontos iniciadas, em cinco pontos paradas, afora os desastres.
Nós
queremos cobrar da Governadora Yeda Crusius uma posição. A nossa Câmara pediu
audiência com o Secretário da Fazenda, quiseram que nos reuníssemos com alguém
do quinto escalão. Não! Nós queremos nos reunir com ele e com a Governadora. O
Dr. Nélson Lídio, que foi em todas as reuniões na Metroplan, diga-se de
passagem, nos avisa que, entre o dia 2 de março - sexta-feira - e
segunda-feira, o BNDES dará a resposta sobre a proposta do Governo Estadual de
prorrogar o prazo de carência, de financiamento e liberação gradual dos
recursos para o Projeto Linha Rápida. Ressaltou, no telefonema que nos deu, que
há o compromisso de que esses recursos, embora não entrem no caixa único, sejam
utilizados na realização da obra. Oxalá!
Mas
nós iniciamos um processo no ano passado, inclusive fizemos reuniões de
Comissões na região.
Agora,
se o Governo do Estado combatesse a sonegação, Ver. Guilherme Barbosa, sim,
haveria mais dinheiro em caixa. Mas fecharam o posto fiscal aqui em Guaíba.
Isso, em Porto Alegre, significou, no ano de 2006, uma perda de quase 50
milhões de reais - foi dito na Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do
Mercosul pela Diretoria da Afocefe-Sindicato.
Se o Governo do Estado não tomar as atitudes
para fazer com que este Estado volte a crescer, para que se combata a
sonegação... Ver. Danéris, V. Exª, que mora na região, sabe o que sofre,
todo dia vê aquela poeirama, aquela
tragédia que vivem os moradores daquela região.
Nós
estivemos lá, continuaremos indo na região, explicando o desdém da Governadora
para com os pobres de Porto Alegre, com a sua Capital.
Agora,
nós também achamos que o Governo do Município está paralisado! Nós gostaríamos
de ouvir a Liderança do Governo dizer que o Prefeito Fogaça foi à Governadora,
vai à Governadora, telefona para a Governadora, discute, quer ver a obra
acontecer. Vamos deixar com que a Zona Norte, que já é penalizada, continue
sendo penalizada?
Nós
aprovamos aqui, colegas Vereadores, uma compensação pela obra da OSPA para a
mesma parcela de terra, mas verde, na Zona Norte, que não tem verde! Não só não
tem verde, como também tem esse tipo de problema.
Então,
Governadora, está na hora de agir! Quem sabe a senhora age como agiu em relação
à Fepam - felizmente para o povo e o erário do Rio Grande do Sul, demitindo
dois CCs, um que já estava no Governo anterior, que foi quem denunciou o
Presidente. Mas o Presidente também foi tarde, os dois foram tarde, porque nós
queremos pessoas com isenção, pessoas comprometidas com a coisa pública nos
devidos cargos.
Quanto
à Segurança Pública, o Secretário Bacci já foi várias vezes elogiado aqui, até
já pedi uma audiência para discutir alguns temas com ele; agora, só ficar nas blitzen
não basta. E isso o Coronel Mendes fazia muito bem, quando ele já era do
comando do policiamento metropolitano! Fazia isso em Canoas, em Sapucaia, em
tudo que é lugar. Ele é que está fazendo isso; está levando, até este momento,
a Secretaria nas costas. Eu quero ver a Secretaria de Segurança Pública fazer
as outras coisas que não estão sendo feitas, como manter um policiamento
permanente na Cidade, porque eu recebi hoje três queixas de assalto no entorno
das faculdades, especialmente na Faculdade de Arquitetura e no entorno do Instituto
de Educação. Aqui em Porto Alegre! Isso também é garantir segurança. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. GOULART: Boa-tarde
Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni, nosso querido amigo Vereador; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, sempre que
se vai falar do serviço público, de uma Secretaria, a gente contempla duas
observações: uma, o recurso - a maioria dos políticos não gosta de Secretaria
que tem pouco recurso! E outra é a gestão, quando nós vamos avaliar o trabalho.
Dentro
do estudo que eu tenho feito nos últimos anos, vou falar um pouco sobre
recursos da Secretaria de Saúde, e aposto que vocês vão ficar perplexos, com
exceção do Ver. João Antonio Dib, que estuda isso sempre e já está perplexo há
mais tempo.
A
Secretaria de Saúde de Porto Alegre tem municipalização plena. O que significa
isso? Que ela recebe os recursos de maneira plena, vindos de Brasília, do SUS,
do Ministério da Saúde, mas também de outros Ministérios, como nós vamos ver. E
vocês vão ter a informação de que, para cada ano, se ultrapassa a marca de um bilhão de reais para se
usar na Saúde. Vamos fazer um cálculo por cima, levemente grosseiro, para
termos idéia: fundo a fundo, deve vir um valor chamado PAB, por ser vivente em
Porto Alegre, por habitante de Porto Alegre, per capita. Então, quanto
se recebe? Em torno de 350 milhões de reais per capita, fundo a fundo -
fundo de Brasília e fundo municipal de Porto Alegre. É isso que há muitos anos
não é dito na prestação de contas que se faz na Câmara de Vereadores,
trimestralmente. Fala-se que se faz preventivo de câncer, que se faz pré-natal,
que se cuida de Aids, se cuida de outras doenças, mas não se fala disso, desse
assunto do dinheiro.
Quanto
o Estado tem que passar para o Município de Porto Alegre? Um montante
importante, mas que não é repassado adequadamente pelo Estado; o Estado se diz
falido, não paga a Saúde e está acabado! Estão devendo, objetivamente, 23
milhões para o Município de Porto Alegre. Cada programa, aí sim, de Aids,
anemia ferropriva, anemia falciforme, hipertensão arterial, diabetes, recebe
mais um pouco de dinheiro, e isso vai para quase uns 80 milhões. Mas acontece
que nós temos em Porto Alegre, atendendo, dois pontos magníficos de Saúde, e
que têm uma verba adicional, entre eles o Grupo Hospital Conceição. O Grupo
Hospitalar Conceição recebe 300 milhões de reais do Ministério da Saúde por
ano. E quanto recebe o Hospital de Clínicas? Trezentos, 280 milhões do
Ministério da Educação, por ser um hospital universitário. Quanto entra do
Tesouro do Município de Porto Alegre? Vinte e quatro por cento vai entrar este
ano, quase 600 milhões. Vocês já somaram tudo isso? Ultrapassa a cifra de um bilhão!
Então,
meus senhores, sempre vai faltar dinheiro na Saúde, mas não é tanto como dizem;
o problema é de gestão. Sempre vai faltar dinheiro na Saúde.
E
o que quer o Governo Federal agora? Cortar verbas do Ministério da Saúde! E por
que eu vim aqui falar em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro? Vim
para dar um abraço na coerência da Deputada e ex-Vereadora Manuela d’Ávila, que
o tempo todo em que esteve aqui esteve defendendo o Governo Lula, mesmo dentro
de alguns pensamentos que a mim pareciam incoerentes, principalmente quando, na
corrupção, o Presidente não pôde se posicionar de maneira mais objetiva. Mas
agora a Dep. Federal Manuela D’Ávila diz para a Presidência da República, para
o Ministério da Saúde, do seu carinho, da sua ideologia, que não pode cortar
verbas na Saúde, porque, mesmo
ultrapassando um bilhão, aqui
em Porto Alegre, não estão cortando para Porto Alegre; estão cortando para o
Brasil. E nós temos que, daqui de Porto Alegre, reclamar pelo Brasil, porque,
se acontece corte de recursos da Saúde brasileira, são cortados também para
Porto Alegre, que já tem bastante, mas que não consegue atender
suficientemente. Parabéns, Deputada. A nossa Bancada a saúda por uma coisa, que
é a que eu tive sempre: coerência, independente do Partido que nos governa.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, na forma do Regimento, art. 229, é dito que o
Líder, a qualquer tempo, a não ser na Ordem do Dia, pode usar o tempo de
Liderança ou dá-lo a um dos seus liderados, para que esse tempo seja usado.
Também diz que o assunto da Comunicação deve ser urgente, inadiável e ser
submetido à apreciação do Sr. Presidente, que aceitará ou não e que dará ou não
a Comunicação de Liderança. Eu gosto de ser legal e regimental, mas, se eu for
acompanhar o Regimento, eu vou deixar passar muitas oportunidades de algumas
coisas que não estavam dentro do art. 229, mas que precisam ser respondidas.
O
Ver. Adeli Sell hoje elogiou a Governadora. Já melhorou muito o Ver. Adeli
Sell, mas, ao mesmo tempo, ele já encontrou uma oportunidade de criticar um
pouquinho o Secretário Enio Bacci. Na verdade, não há Secretário no mundo capaz
de resolver o problema da violência, sem que ele tenha à sua disposição um
efetivo da Polícia Militar à altura das suas necessidades; a mesma coisa com a
Polícia Civil. Realmente o trabalho do Secretário tem que ser destacado - e tem
sido destacado por toda a imprensa -, mas, na verdade, nós precisamos lembrar
de que as criaturas humanas que são policiais militares e que são policiais
civis, em menor número do que há 20 anos - enquanto a população cresceu 20% -,
agora estão fazendo de todo o corpo coração, para que possam minimizar a
violência que por aí há. Mas, enquanto eles cuidam de um lado, é claro que, no
outro lado, vai acontecer alguma outra violência. Portanto é preciso que se dê
ao Secretário efetivos na Polícia Militar e efetivos na Polícia Civil.
Agora
um assunto recorrente nesta Casa, que é a Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Já
no ano passado - no primeiro semestre ainda ou logo no início do segundo
semestre -, eu fui à tribuna e disse que era um absurdo da Engenharia o que
fizeram na Av. Baltazar de Oliveira Garcia: abriram de ponta a ponta, e não se
fez obra desde então. Eu quero dizer, em todos os casos, que a Prefeitura
Municipal não tem culpa nenhuma do atraso dessa obra. Até quero dizer que a
Prefeitura Municipal está em dia com a sua parte, que é desapropriar áreas; ela
tem feito isso, o próprio Secretario do Trabalho nos declarou. O problema está
em um pouco mais de um milhão de reais que o Estado deve dar como contrapartida
para receber financiamento do BNDES, e a obra vai sair. A informação que eu
tive do Superintendente da Metroplan é de que isso está bem encaminhado e que,
pelos próximos dias, deve ocorrer. Agora, eu não posso dizer que não seja um
tremendo custo social para todos aqueles que habitam a Av. Baltazar de Oliveira
Garcia, o seu entorno e para aqueles que moram em Alvorada: primeiro, que as
pessoas perdem muito tempo no transporte, quer seja ele individual ou coletivo,
porque a Avenida foi estreitada; segundo, porque há insegurança na circulação,
em função de falta de sinalização e de falta de pista para que eles possam
desenvolver velocidade; terceiro, o comércio prejudicado. Então, como eu disse,
o custo social é muito elevado.
Por
falar em custo social, pelas críticas que são feitas, eu tenho que lembrar da
Av. Assis Brasil. Quando a Prefeitura do Partido dos Trabalhadores fechou a Av.
Assis Brasil para reforma - e o fez em toda a sua extensão: da Volta do Guerino
até a Av. Baltazar -, a coisa foi muito séria. Milhões - milhões! - de
quilômetros foram rodados sem sinalização, e as pessoas ficavam se perdendo
para poderem vencer esse trecho, usando alternativas que a Prefeitura oferecia,
mas não sinalizava. O custo social dessa obra da Av. Assis Brasil foi imenso; e
eu até acho que serviu para coisa nenhuma, porque aí fizeram estacionamento.
Então eu acho que nós devíamos parar de falar da Av. Baltazar de Oliveira
Garcia. Quem sabe a Governadora do Estado, com uma comissão de três Vereadores,
ou o Prefeito, como foi sugerido aqui pelo Ver. Sebastião Melo, estudasse um
jeito para que a Prefeitura bancasse esse milhão de reais que precisa, ou a
Governadora achasse um jeito de dar esse milhão, para que a Cidade de Porto
Alegre e a Cidade de Alvorada venham a recuperar a tranqüilidade que não há na
Zona Norte da Cidade. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY:
Estimado Ver. Oliboni, Presidente dos trabalhos neste momento, na pessoa de V.
Exª, quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; público
que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara, senhoras e senhores.
Venho
a esta tribuna hoje, em Liderança, pelo meu Partido, o PDT, Bancada composta
pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Mario Fraga, Ervino Besson e
por este Vereador. Inicialmente, neste período de Liderança, eu gostaria de
destacar reportagens nos jornais de hoje que dizem respeito à discussão sobre o
reajuste dos Parlamentares na Câmara Federal. Acho muito importante que essa
discussão tenha sido adiada, pois esse tema tem causado um tremendo desgaste
para a classe política; tem realmente causado muitos transtornos. Num país onde
o salário mínimo tem níveis tão baixos, nós estarmos dando espaço para
discussões e reajustes salariais beirando os 100%? Realmente é muito difícil; e
isso tem atingido diretamente a classe política no nosso País.
Também
gostaria de destacar hoje, Sr. Presidente, aqui desta tribuna, que o PDT, nosso
Partido, na semana que vem, no dia 9, vai realizar a sua Convenção Nacional, quando
estaremos elegendo um novo Diretório Nacional, uma nova Executiva Nacional,
para dar continuidade a esse trabalho de luta, do trabalho da bandeira
trabalhista, que tem se empenhado tão bem na causa da Educação e de tantas
outras questões fundamentais dos direitos dos trabalhadores, dos direitos das
categorias mais oprimidas, e continuar a nossa luta por uma sociedade mais
justa e mais igualitária.
O nosso Partido, que teve um desempenho fundamental
na eleição, conseguiu cumprir a cláusula de barreira, quando ainda estava, por
Lei, determinada essa condição, para que um Partido político pudesse
sobreviver. Nós tivemos na pessoa do companheiro, Senador Cristovam Buarque, um
excelente candidato a Presidente. O nosso Partido conseguiu eleger dois
Governadores de Estado, do Maranhão e do Amapá, e elegeu o Vice-Governador em
Pernambuco; hoje com uma Bancada de cinco Senadores e 24 Deputados Federais.
Aqui no Estado, particularmente, temos atuado de
maneira a colaborar e construir políticas públicas que possam melhorar a
qualidade de vida do povo gaúcho, do povo porto-alegrense. Destaco aqui a
atuação do Secretário Enio Bacci e do Secretário Paulo Azeredo, que assumiram
pastas no Governo atual e que têm uma grande responsabilidade no que diz
respeito à segurança e obras no nosso Estado, a confiança do Trabalhismo no
empenho, no profissionalismo, na responsabilidade das equipes por eles montadas
e pela bagagem que acumularam, ao longo da sua trajetória, na certeza de que
farão um bom trabalho pelo povo gaúcho.
O nosso Partido está de peito aberto, de cabeça
erguida; sabemos da nossa responsabilidade, vamos dar continuidade, mas também
com aquela certeza de que em time que está ganhando não se mexe. Nós temos
convicção de que a postura do Presidente Lupe tem sido firme, uma postura
guiada pela coerência, e, com certeza, ele estará sendo reconduzido para
dirigir o nosso Partido - é o Presidente -, deve ser reeleito no dia 9, e nós
vamos continuar essa caminhada com muita fé, com muita vontade, com muito
entusiasmo, porque temos certeza de que não há outra fórmula para o Brasil que
não dê certo, o Brasil tem que dar certo, pois é um País auto-suficiente em
petróleo, um país que possui tantas riquezas naturais, que tem espaço para
plantio, que tem um povo trabalhador, tem que dar certo, e é nessa linha que
vamos caminhar neste ano, é nessa linha que vamos seguir a nossa trajetória. No
dia 9, então, estaremos renovando o Diretório Nacional do nosso Partido, a Executiva Nacional do nosso Partido,
para continuar com esse passo certo, com essa bússola, esse norte que nos
deixaram as nossas grandes lideranças: Leonel Brizola, Alberto Pasqualini,
Getúlio Vargas e outros que nos antecederam, que deram as suas contribuições -
que são hoje a nossa referência - e
que, temos certeza, estavam no caminho certo, caminho que nós continuaremos a
trilhar. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidente, Srs. Vereadores, aproveito a Liderança para falar em Pauta e pedir
ao Ver. Adeli Sell que retire o seu Projeto, pela ignomínia e injustiça a um
ser humano morto, que não pode mais se defender. O Dr. Paulo foi um brilhante
advogado desta Cidade; foi líder comunitário da Zona Norte; foi Presidente do
Esporte Clube São José durante quase 10 anos; foi Presidente do Conselho
Deliberativo do Esporte Clube São José; foi Presidente da Federação Gaúcha de
Futebol. Ele era esportista, advogado, líder comunitário, e dizer e alegar que
não se conhece essa pessoa e tirar o seu nome da denominação da rua é ofender
essa pessoa que não pode mais se defender, é criar mais um sofrimento para a família,
além da sua perda! E essa figura de Porto Alegre, essa figura conhecidíssima na
Cidade morreu assassinado num bairro da Zona Norte, próximo ao campo do Esporte
Clube São José. Por isso eu pediria ao Vereador que tivesse a sensibilidade e a
delicadeza de retirar o Projeto, que inclusive está mal-encaminhado.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Adeli Sell.)
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, por gentileza, quero assegurada a minha palavra. A relação de
pessoas que assinam esse documento é composta de crianças da Escola Padre Léo,
e cito aqui alguns nomes dessas crianças: Bruna, Luitiane, Evelyn, Crisciéllen
- são nomes de crianças, não são de adultos. São cento e poucas assinaturas
daquela Escola, e outras assinaturas, umas 10, 12, da Instituição Nossa Senhora
de Fátima. Eles querem que a parte da rua que já está denominada como Paulo
Smania passe a se denominar Nossa Senhora de Fátima. Então eu peço ao Vereador
para retirar esse Projeto. Se não o retirar, nós comunicaremos o fato ao
Esporte Clube São José, à Federação Gaúcha de Futebol e, principalmente, à
população da Zona Norte, que terá conhecimento dessa barbaridade que será feita
com uma pessoa que não pode mais se defender, porque já faleceu, mas que foi
uma das excelentes figuras da cidade de Porto Alegre. Ele não pediu para ter
seu nome lá, e, de uma hora para outra o seu nome foi retirado; esse nome foi
colocado por esta Câmara, foi aprovado pelo Sr. Prefeito, e é Lei em Porto
Alegre.
Então,
pela história dessa pessoa, que tem de ser respeitada, que foi amada na sua
comunidade, dizer-se que é um desconhecido é uma grande mentira dita aqui do
plenário! E se não for retirado, nós vamos espalhar por toda Cidade a idéia de
que há um Vereador que quer fazer isso, ofendendo a imagem de uma pessoa que
não pode mais se defender, porque está debaixo da terra. Isso nós não vamos
aceitar! E peço encarecidamente que este assunto não se transforme em algo mais
desagradável, como o de retirar o nome do grande desportista Paulo Smania, da
Federação Gaúcha de Futebol, do Esporte Clube São José, que lá esteve por mais
de 10 anos. Ele passou uma vida inteira dentro do Esporte Clube São José,
ajudou a criar e a construir aquele complexo. E depois dizem que não se
conhecem essa pessoa! Isso é uma grande mentira!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; colegas Vereadores, colegas Vereadoras,
inicialmente, eu volto ao tema da Av. Baltazar. Ontem, pela tarde, na reunião
da CUTHAB, eu ratifiquei e fui acolhido pelo conjunto da Comissão - começando
pelo Sr. Presidente - a proposta de encampação, por parte da Prefeitura, da
obra da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, porque, se nós continuarmos nesse
diapasão que está aí, Vereadores e Vereadoras, nós vamos estar nesta tribuna,
daqui a um ano, discutindo o reinício das obras da Av. Baltazar. O que é
preciso para reiniciar as obras da Av. Baltazar, Ver. Brasinha, V. Exª que tem
comércio naquela região? Precisa-se de três milhões de reais, que é a
contrapartida do Governo do Estado para a liberação dos recursos de 21 milhões
e 500 mil no BNDES.
Então eu estou dizendo que a gente vá ao Prefeito e
diga a ele o seguinte: a Prefeitura é devedora do Estado; o Estado é devedor da
Prefeitura; acerto de contas ad eternum, alguns que nunca existirão e
outros que existem. Por exemplo: esta Casa votou a Taxa de Iluminação Pública,
porque a Prefeitura estava devendo ao Município de Porto Alegre 58 milhões de
reais, porque Porto Alegre gasta um milhão e meio, um milhão e seiscentos mil
reais, com a Taxa de Iluminação Pública, por mês. Pagaram-se 10 milhões e se
deve 40 e poucos. Então, o que estou defendendo é que se façam compensações, que
a Prefeitura possa adiantar os recursos e compensar com a Srª Governadora Yeda
Crusius, porque, senão, é “conversa mole para boi dormir”. Não vai sair, não
vai sair, porque o Sr. Aod Cunha, tenho-o visto diariamente, e ele tem dito que
não tem o dinheiro, e que não vão pagar. Então, a proposta foi aceita, e acho
que devemos encaminhá-la.
Segundo, Presidente, estive ontem, de forma
voluntária, na entrevista coletiva concedida pelo Secretário Fortunati. Achei
que a Prefeitura, Verª Clênia, trabalhou com muita seriedade, com muito avanço,
e eu estou muito satisfeito com a proposta que a Prefeitura apresentou da
reformulação do Plano Diretor. Enfrenta as alturas, sim, Vereadores, pois é uma
questão que precisa ser enfrentada. Enfrenta os recuos? Enfrenta, sim! Enfrenta
as sacadas? Sim, porque não é correto que eu construa um prédio de 18 andares e
tenha 18 sacadas, as quais, quando eu encaminho o Projeto, não fazem parte da
área adensável, mas, dez dias depois que eu tenho o habite-se, eu a torno
adensável.
O Projeto avança, porque estabelece, por exemplo,
que nas áreas comuns da construção terá de haver área permeável. Você avança
quando trabalha a definição de uma malha viária para a cidade de Porto Alegre,
que é uma coisa que traz uma insegurança jurídica fantástica, e eu vou dar um
exemplo: a Radial Anita tem dois traçados; a Rua Dom Luiz Guanella e a do Hospital do Banco de Olhos, na
Rua Walter Boehl. Aquelas duas comunidades estão com uma espada no
pescoço, sem poder fazer nada em suas residências, porque elas estão gravadas.
Então eu quero dizer, Presidente, para finalizar,
que, como nós estamos em fase de formação da Comissão, a Prefeitura está
formando cinco grupos de trabalho - e eu acho que nós deveríamos estar
atentos à nossa resolução -, não para sermos submissos à Prefeitura, mas acho
que facilitaria a nossa vida se nós construíssemos aqui, Verª Margarete, grupos
de trabalho, comissões, subcomissões que tivessem o mesmo organograma, para,
quando o Projeto chegar aqui, podermos dividi-lo. Eu achei, na reunião
preliminar, Ver. Bernardino, que nós tivemos segunda-feira sobre esse tema, na
qual representei a nossa Bancada, que nas subcomissões, todos os Vereadores
poderiam participar, para se chegar na votação da revisão com os senhores
Vereadores tendo conhecimento da inteireza da discussão daquela Lei, a qual eu
considero a mais extraordinária, a mais importante para a vida da Cidade, que é
o seu Plano Diretor.
Então, portanto, acho que demos um passo na
segunda-feira. Acho que o Fortunati lançou o fato agora publicamente, e eu acho
que temos que constituir imediatamente, porque o tema já está em debate.
Segunda-feira, às 19h30min, começa o primeiro debate, aqui no Plenário Ana
Terra e, com certeza, nós todos lá estaremos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(A Ver. Maria
Celeste reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada,
Ver. Sebastião Melo. Quero informar ao Plenário do comparecimento do Secretário
José Fortunati amanhã, exatamente para trazer o calendário e as rodadas de
reuniões que acontecerão na cidade de Porto Alegre, para que possamos iniciar a
discussão sobre o Plano Diretor nesta Casa.
O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª
Presidenta, Vereadores, Vereadoras, desde o início dos trabalhos deste ano, eu não falei sobre os
movimentos de segurança, Ver. Mario Fraga - V. Exª já fez um pronunciamento -,
e eu queria ouvir mais do atual Governo do Estado a respeito da Segurança.
É
justo que se façam considerações, o que nos demonstra o alto grau de disciplina
da nossa Brigada Militar e também da Polícia Civil, que, com os recursos que
têm, fazendo esse trabalho estafante, trabalho de correção, atacando os efeitos
da criminalidade no nosso Estado, demonstra que, se déssemos o real valor e as
condições necessárias, nós teríamos uma Polícia e uma Brigada altamente
eficiente.
Parece-me
que está no rumo certo o trabalho do Secretário de Segurança, o Dr. Enio Bacci,
na sua Pasta, quanto a combater os efeitos da criminalidade.
A
política que foi levantada sobre a criação do Comitê de Prevenção da Violência
também vem completar o que seria necessário para combatermos as causas da
criminalidade. Eu vejo esse Comitê, formado por diversos Secretários, se propõe
a diminuir 20% da criminalidade em quatro anos, o que eu acho, particularmente,
um resultado muito leve; acho que 20% a menos, pela onda de criminalidade que
nós estamos, é quase que nada; acho que nós teríamos de diminuir 80%, talvez colocarmos
como objetivo diminuirmos 80% ou até 100%.
Eu
vejo aqui uma série de medidas elencadas por esse Comitê: que vão colocar em
prática trabalhando em cinco Municípios, trabalhando com 60 mil famílias, em
150 bairros carentes de uma segurança melhor, na nossa Capital. Eu vejo
diversas medidas, todas salutares, todas necessárias. Mas eu quero alertar e
dizer que, para nós atacarmos - e isso não está nesse Projeto que colocaram
para nós -, para nós realmente combatermos a criminalidade, para nós podermos,
realmente, ter uma sociedade com o direito de ir e vir pacificamente, nós
teremos que, logicamente, investir nas pessoas, nos cidadãos, na educação e,
principalmente, na auto-estima do cidadão, que é a sua perspectiva de um dia
estar no mercado de trabalho, ou eliminarmos, de vez, o desemprego neste País.
Se conseguíssemos isso, tenho certeza que, por si só, a criminalidade
diminuiria 50%.
Temos
aqui objetivos que atingirão 22 mil jovens, nesse programa com 60 mil famílias,
onde 10 mil jovens com idade entre 19 e 25 anos estão desempregados. Das 22 mil
pessoas que fazem parte desse universo, 10 mil jovens, entre 19 e 25 anos,
estão sem emprego. Qual é o futuro desses jovens? Vivem num desespero, sem
perspectiva e, por isso, sem auto-estima. Temos de atuar na Educação,
proporcionando a esses jovens a auto-estima através da oportunidade de
empregos.
Mas
estamos vendo nos jornais que estão preparando dois mil jovens para irem ao
Canadá, Ver. Goulart, com treinamento na língua inglesa, para terem o cargo de seguranças
e soldadores. É o Brasil preparando mão-de-obra, fretando “navios negreiros”
para o Canadá, para os Estados Unidos,
porque aqui os nossos jovens não conseguem alcançar um posto de trabalho, nem
de segurança, nem de soldador. Essas coisas nos deixam tristes. Mas estamos
atacando muito pouco as causas.
Estamos
com um Estado endividado, quebrado e que não dá força ao corporativismo. Isso é
andar na contramão da história. Precisamos atuar nas causas, combatê-las, para
podermos eliminar a criminalidade. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Havendo quórum, passamos à
Suspendo
a Sessão para Reunião Conjunta das Comissões.
(Suspende-se
a Sessão às 16h11min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 19h40min): Estão reabertos os trabalhos.
Visivelmente
não há quórum.
Convoco
os Srs. Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 19h41min.)
*
* * * *